
No último dia 21 de outubro foi comemorado um dos movimentos musicais mais significativos do século passado. É!!! A Tropicália já é cinquentona, e nós do Três Olhos Music Festival também queremos falar desse movimento. No nosso line-up, você já tá cansado de saber que a atração principal é nada menos que “Os Mutantes” e uma coisa está completamente ligada a outra. Foi nesse gancho que procuramos o guitarrista Sérgio Dias, pra falar um pouco sobre a vivência dele pelo festivais durantes essas cinco décadas na estrada do rock.
Todo mundo sabe que na década de 60 era comum descobrir novos talentos da música brasileira nos festivais da canção que eram exibidos nos canais de televisão. A Record, a Globo e a Band foram responsáveis por dar visibilidade a artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e a descoberta de uma das bandas que marcaram um divisor de águas na cultura brasileira, Os Mutantes.
Uma banda criativa e que introduziu novas elementos como a guitarra elétrica, o moog, os timbres do teremim, entre outros recursos. O figurino extravagante - quem não se recorda da foto histórica da Rita Lee no palco de vestida de noiva ao lado de Sérgio Dias vestido de soldado mosqueteiro e Arnaldo paramentado como um hippie genuíno? As letras traziam um imaginário transcendente e cheio de abstrações, eram Os Mutantes.

Sérgio ainda comentou um pouco sobre os festivais de hoje e de ontem e como ele se relaciona com novos artistas, confira a seguir como foi o papo:
3OMF - Os Mutantes começaram sua história na música brasileira participando de festivais. Como você vê hoje os festivais que a banda participa?
Sérgio Dias - Acho a resultante de todo o movimento que foi feito nos anos 60, desde os Festivais da Record até da Exelcior e os mais significativos internacionalmente, como Woodstock e Monterrey principalmente, foi na época um Vortex da música e da arte no mundo inteiro. Seria bom que houvessem mais movimentos como os nossos hoje em dia. Mais união e determinação artística.
3OMF - Quais foram os festivais mais marcantes da trajetória dos Mutantes?
Sérgio Dias - Todos eles foram parte importante dentro de nosso crescimento, principalmente pelo relacionamento com os outros grandes artistas que estavam concorrendo, como Elis, Nara, Gil, Caetano, Edu Lobo e tantos outros que nos influenciaram. Em especial destacaria Proibido Proibir com Caetano.
3OMF - Quando você participa de festivais hoje, o que mais te fascina?
Sérgio Dias - O público sempre. Eles são a razão de nossa existência. Por exemplo, quando tocamos no festival Pitchfork em Chicago nosso público era de jovens de 15 a 25 anos, todos gritando - “Mutantes! Mutantes!” - chamando a banda para o palco. Muito lindo e emocionante ver sua música transcender sua própria geração, que ela não tem idade.
3OMF - Como é seu contato com as bandas novas? Vê alguma banda que reflete a referência aos mutantes?
Sérgio Dias - Muito difícil um contato. Desde 2006, nós ficamos na estrada, trabalhando direto até 2015. Quando dei uma parada para descanso, percebi que não tive tempo de nada, era Van/camarim/palco/Van/hotel. Acordar depois de dormir apenas 3 horas de sono, se tivesse sorte. Mesmo assim fiz um trabalho com uma banda Francesa Tahity Boys e agora estou fazendo um trabalho maravilhoso com minha parceira Carly Bryant ,que é artista inglesa. Fizemos nosso primeiro disco que está sendo lançado pela Pledge. Já estamos com a pré-venda disponível, o disco chama-se Colour.
E é por essa e outras razões que você precisa vivenciar a experiência transcendental única de assistir o único show do ano da maior banda de rock paulistana! Guarde bem essa informação: dia 25 de novembro no Tropical Butantã vai rolar Os Mutantes.
*Publicado originalmente no blog do site 3 Olhos Music Festival
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