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Publicado no G1 em 16/03/10

Universidade do 'Google' fecha parceria inédita com faculdade brasileira

Projeto com a Fiap, de SP, prevê intercâmbio de alunos e professores.
Singularity University funciona no campus da Nasa, no Vale do Silício.
Fernanda CalgaroDo G1, em São Paulo
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Ampliar FotoFoto: Divulgação/Singularity University

Turma de alunos durante uma aula de robótica (Foto: Divulgação/Singularity University)

Conhecida por Universidade do 'Google', a Singularity University (SU) fechou uma parceria internacional inédita com uma faculdade de tecnologia brasileira, a Fiap, que fica em São Paulo. O lançamento do convênio, que pretende promover a troca de conhecimento e o intercâmbio de alunos e professores, ocorreu nesta terça-feira (16).

A Universidade do Futuro, como também é chamada, foi criada há um ano e funciona no campus da Nasa (agência espacial americana) no Vale do Silício, na Califórnia (EUA), onde estão as principais empresas de tecnologia do mundo.

Fundada por Ray Kurzweil, um futurólogo americano, a instituição foi apadrinhada por famosos, como Larry Page, vice-presidente do Google, que doou US$ 1 milhão -daí o apelido de Universidade do 'Google'.

Da sua grade curricular fazem parte as descobertas mais recentes no campo da biotecnologia, nanotecnologia, medicina e robótica. No banco escolar, estão presidentes de empresas, lideranças governamentais e empreendedores visionários. Do outro lado, ensinando, um time de cientistas e experts 'top' em diferentes áreas do conhecimento, como Vint Cerf, um dos pais da internet, e o ex-astronauta Dan Barry.
 
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    Queremos encontrar a próxima geração de líderes"
O desafio ao final de dez semanas? Criar projetos que impactem positivamente um bilhão de pessoas em dez anos, como uma impressora que imprime em 3D e usa cimento, em vez de tinta, para construir casas.

O principal objetivo da instituição é reunir num mesmo local grandes pensadores para discutir soluções práticas e inovadoras para os problemas que mais afetam a humanidade, como a mudança climática, a questão da energia, a fome e a saúde pública.

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Salim Ismail, diretor-executivo da Singularity University, em visita ao Brasil (Foto: Fernanda Calgaro/G1)

O interesse em vir para o Brasil se deve a duas razões principais, segundo Salim Ismail, diretor-executivo da instituição e ex-vice-presidente de inovação da Yahoo. "Os problemas que o Brasil enfrenta refletem o que parte do mundo enfrenta também. Além disso, tem uma população grande e com nível educacional bom, semelhante ao da Índia. Então, se funcionar aqui, certamente funcionará em qualquer lugar", afirma.

"Queremos encontrar a próxima geração de líderes, que precisam ser pessoas que se destaquem no seu meio acadêmico, apaixonadoa por tecnologia e interessadas por questões de impacto global.

Segundo ele, a SU vê essa parceria como um projeto piloto. A ideia é levá-la a outras partes do mundo também. A expansão pode vir por meio do ensino à distância, de palestras dos professores em diferentes localidades ou, ainda, a implantação de novos campi em mais países. Ainda não sabemos."

Cursos

A despeito da palavra universidade no nome, a SU não oferece graduação. Os interessados tem à disposição dois formatos de curso: um mais curto, de nove dias, e que acontece a cada semestre, e outro com duração de dez semanas, com freqüência anual. O custo é de US$ 15 mil e R$ 25 mil, respectivamente.

Na primeira edição do curso anual, 1.200 pessoas de 70 países diferentes se candidataram para as 40 vagas disponíveis. A alta procura fez a instituição dobrar a oferta. Para o próximo curso, com início em junho, serão 80 vagas e, segundo Ismael, cerca de 1.600 candidatos de 85 países já demonstraram interesse.


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    Os alunos chamam a instituição de 'sleepless university'"
O conteúdo é concentrado numa carga horária diária extensa. "Dizemos que o curso é mais do que em tempo integral. Os alunos chamam a instituição de 'sleepless university' [a universidade que não dorme, na tradução livre do inglês]", afirma.

"O grande desafio é atualizar o currículo, porque a tecnologia muda constantemente. Passamos cerca de três meses decidindo o conteúdo que será ensinado no próximo curso." 

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Segundo Ivan Freitas da Costa, diretor de assuntos institucionais da Fiap, parceria não envolve dinheiro (Foto: Fernanda Calgaro/G1)

Palestras e viagem

A largada da parceria entre a Fiap e a SU se dá com uma série de palestras, que acontece nesta semana, do ex-astronauta Dan Barry, professor de robótica e inteligência artificial, e do próprio Ismail. O evento é fechado para alunos e ex-alunos da Fiap e acontece em um dos seus quatro campi (três ficam em São Paulo e um, em Alphaville, na Região Metropolitana).

No entanto, a cereja do bolo será um concurso que dará uma bolsa de estudos para um aluno ou ex-aluno ir ao Vale do Silício fazer o curso de dez semanas. Para concorrer, o candidato deve ser fluente em inglês, já que as aulas são todas dadas naquele idioma, e montar um projeto de inovação tecnológica. O prazo de inscrição vai até o dia 9 de abril. A viagem, programada para junho, será toda custeada pela Fiap. A instituição pretende mandar um estudante por ano.

Segundo Ivan Freitas da Costa, diretor de assuntos institucionais da Fiap, a parceria não envolve dinheiro. "Eventualmente, tem o custo operacional de trazer um professor para dar palestras, mas o principal é um acordo de cooperação para a troca de conhecimento desenvolvido nas duas instituições", afirmou. As mensalidades na Fiap, que oferece 27 cursos de graduação e pós, variam de R$ 800 a R$ 1.300. 

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