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Resgates factuais


Convivência harmônica entre atividades circenses para crianças, arte eletrônica e hip-hop marcam último dia de shows do Festival Contato


Wednesday, October 13th, 2010 às 15:35



Atividades celebraram o Dia das Crianças com foco na colaboratividade, contrariando o que, normalmente, é o foco comercial da data
Rodrigo Botelho
Enquanto o grupo de hip-hop são-carlense Sem medo do medo cantava “Corra pela paz / violência nunca mais / humildade é o lema / só pra quem é capaz”, crianças de várias idades participavam de atividades como pintura, malabares, dentre outras brincadeiras na Praça Coronel Salles. Foi esse convívio entre músicas com letras de alto teor crítico e atividades circenses que marcou o último dia de shows da quarta edição do CONTATO – Festival Multimídia de Rádio, TV, Cinema e Arte Eletrônica. As atividades do Festival voltadas para as crianças fazem parte do Contatinho, sessão do Contato voltada, exclusivamente, para a formação da criança.

Este ano os conceitos que nortearam a programação envolveram a colaboratividade, a cooperação, autogestão e a democratização do conhecimento. Isso esteve presente nas atividades dos três dias de shows na Praça, o primeiro voltado para Arte, o segundo para a Música e o terceiro para o Circo. Este último contou com a colaboração de integrantes do projeto Casa da Cultura e Cidadania, da cidade de Barra Bonita. As próprias crianças participantes do projeto foram responsáveis por monitorar as atividades de construção de brinquedos, apresentações de tradicionais materiais circenses e brincadeiras de circo. Os monitores das atividades fazem parte de um grupo de mais de 500 crianças envolvidas com atividades de circo no projeto Casa da Cultura e Cidadania. O grupo presente no Festival Contato tem idade entre 13 e 17 anos e em comum o desejo por atuar como monitores ou professores de Circo. Esse é o objetivo de Jhonatan William de Oliveira, 13 anos. Ele que é de Igaraçu do Tietê, cursa a sexta série do Ensino Fundamental e integra o projeto desde 2008. “Circo é cultura. Eu gosto muito das atividades aéreas, com tecido, trapézio”, afirma o estudante. Já o arte-educador de Circo Fábio Caetano Dias, um dos responsáveis pelo projeto de Barra Bonita, ressalta a importância do Festival em promover atividades voltadas para crianças diferente do que é oferecido habitualmente. “Os nossos alunos não têm contato com isso habitualmente. Aqui eles estão vendo uma proposta diferente, não comercial, convivendo com música e vendo um modelo colaborativo”, afirma Caetano Dias.
A proposta de uma celebração do Dia das Crianças com foco na colaboratividade e contrariando o que normalmente é o foco comercial da data também foi ressaltado por Sarah Mascarenhas, uma das coordenadoras do Contatinho. “A formação da criança é prioridade. Aqui elas estão em contato com conceitos importantes como os de sustentabilidade do Contato Verde, da multimídia e da arte eletrônica. É mais que uma atividade recreativa. É a formação da criança como prioridade”, enfatiza Mascarenhas, que aponta como sucesso desta edição do Contatinho o fato do evento ocorrer integrado às outras atividades do Festival. “Isso prova que o Contato é um Festival para todas as idades”, ressalta. Esta vivência harmônica na Praça Coronel Salles também foi um dos pontos altos na avaliação de Maithe Bertolini, uma das coordenadoras do Contato Eletrônico, sessão do Festival responsável por congregar artistas convidados para expor suas experimentações em arte e tecnologia. “A relação entre o Contatinho e o Contato Eletrônico permitiu que as crianças experimentassem outra forma de se relacionar com o conteúdo”, afirma. Segundo Maithe, a partir das instalações as crianças puderam entender como a tecnologia é aplicada e percebê-la de uma forma bem diferente do que estão acostumadas utilizando apenas o Computador, a Internet e as Redes Sociais. Durante o período da tarde, todas estas atividades voltadas para as crianças ocorreram simultaneamente aos shows musicais de bandas como o Grupo de Rap do bairro Jardim Gonzaga de São Carlos, Sem medo do medo; e a Baiana System, que com sua guitarra criada na Bahia explora as possibilidades pelo instrumento que deu som aos trios elétricos e acrescentou características ao frevo e choro. O som do hip-hop também esteve presente nas apresentações de Subloco Coletividade, coletivo que busca reunir grupos de rap de São Carlos; e do paulistano Emicida, com o talentoso Leandro Roque de Oliveira, considerado o homicida dos mc’s.
O dia ainda contou com o show performático, psicodélico e eletrizante do grupo Sol na Garganta do Futuro, do Espírito Santo; e da atração internacional do Contato, os colombianos Bomba Estéreo, um dos expoentes da nova música colombiana. No palco eles encerraram o Festival mesclando música folclórica do Caribe com batidas, guitarras, sintetizadores e a inconfundível voz de Li Saumet.
Amanhã, último dia do Festival Contato, a programação está voltada para atividades turísticas na cidade de São Carlos. Às 16 horas ocorre a celebração de encerramento do Festival com pizzada colaborativa na TEIA – Casa de Criação, localizada na rua Rui Barbosa, 1.950, Vila Elizabeth, São Carlos. Detalhes sobre o evento podem ser conferidos em www.contato.ufscar.br.
As fotos da cobertura completa do Festival Contato podem ser conferidas em www.contato.ufscar.br/quarto/material-multimidia

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