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Há 12 anos essa história começou, mais precisamente no dia 6 de janeiro de 2003. Acordei na primeira semana do oitavo mês de gestação. Estava molhada, achei que podia ter feito xixi na cama, afinal com a barrigona algumas gestantes sofrem com isso, mas que xixi nada, a bolsa tinha rompido e eu ainda não sabia. Naquela ocasião eu e o Sidão ainda estavamos juntos, o pai da Lele, e pretendiamos morar numa casa nossa, como haviamos acabado de chegar a São carlos, estavamos vivendo na casa da minha mãe. Fomos até uma imobiliaria, pegamos algumas chaves para visitar as casa.
Ao retronarmos a loja para pegar novas chaves, notei que mais uma vez estava "vazando", ali achei estranho, porém estava lendo muito sobre partos e essas questões que envolvem o nascimento do primeiro filho.
Vale um agradecimento!! Vô Sérgio me deu um livro maravilhoso escrito pelos pediatras do Hospital Albert Einstein.
Voltando, resolvi ligar pra minha obstetra, que merece outro comentário a parte, foi a mesma que fez o parto da minha mãe quando eu nasci, e conei tudo que estva aacontecendo. Eu estava muito calma, porque naquele dia já tinha mesmo uma consulta agendada, ela só antecipou meu horário devido aquele vazamento! Dali em diante já sabia que a bolsa havia rompido e acreditem ou não: Fui uma parturiente muito calma!
Resolvemos almoçar, aquela momento já era por volta do meio dia e as duas da tarde teria que estar no consultório, então eu e o Sidão fomos comer no Panela, depois sentamos na praça XV para esperar a consulta. O consultório era ali na esquina em frente a embrapa.
Já no consultório, com minha médica de confiança, constatamos que eu estava mesmo com a bolsa rompida. Até aqui você deve estar se perguntando " mas quando a bolsa rompe, não molha tudo, o bebê já nasce logo, não é?"
Sim e não. Há dois tipos de ruptura, a alta que a é na parte superior da barriga e a baixa, que é aquela que vocês conhecem a cena por filmes, novelas e alguns na vida real. O meu caso foi o primeiro e minha calma toda veio só porque na época eu sabia disso! Agradeço demais pelo livro vozinho!
Bom, confirmada a questão do nascimento, a Dra. me informou que eu tinha uma infeccção no canal e que não era aconselhado eu tentar o parto natural pelo risco de contaminação de orgãos externos da bebê, como nariz, olhos e boca. Tinha dilatação, a bolsa rompida, enfim o que eu mais queria naquele janeiro de 2003 era parir!! Não achei ruim ser submetida a cirurgia nesse caso, enfim, era hora de arrumar a mala! É gente eu tava tão calma que nem me preparei pra ir pra maternidade!
A dra. Margarida pediu o ultimo ultrasom pra ver a posição da Letícia. A clinica que faz o exame era ao lado do consultorio, fui tranquila! Tranquila até o Sidão sair de perto! É, desabei! Me deu um medo enorme de estar sozinha, de não ser uma boa mãe! De acontecer algo errado na sala de cirurgia! Tanta coisa passou pela minha cabeça naquela hora, mas quando a vi pela ultima vez dentro de mim tudo se foi! Ela estava tão grande lá dentro, toda espremida!Fofa!
Na recepção da maternidade tudo esquentou de novo, aquele tratamento um tanto seco por parte das enfermeiras que sim, estão habituadas a passar por aquilo, mas eu não estava, era a primeira vez! Mas tudo bem! Mesmo!!
O pior daquele tempo por ali, foi mandar minha mãe voltar pra casa!! Ela ficou muito mais nervosa que eu! Perdão mãezinha, mas você estava me deixando louca! Quem me acompanhou o tempo que pode no hospital foi a Vó Yvonne! E foi a melhor escolha, ela é calma e concentrada, tudo que eu precisava! Ela ficou lá até as 20:30, o horário permitido naquela época. E foi assim que eu continuei até as 3:35 da madrugada, quando as enfermeiras entraram, me acordaram pra me dizer que eu estava em trabalho de parto! É não senti nada mulherada! Estava linda e calma dormindo! Nem acreditei que estava mesmo em trabalho de parto, mas elas me perguntaram se eu queria esperar as dores aumentarem ou se podiam chamar a médica para a cirurgia!
Bom decisão difícil, hein!? Já ia ser cesárea mesmo, achei desnecessário sentir dores! Pedi que chamassem a Margarida. As 3:50 já estava tomando a anestesia e 4:13 a Letícia chegou! Não a vi! Pode ter sido uma violência aos olhos das defensoras do parto natural, mas mulheres lhes digo: Minha alegria de ter a Letícia no mundo era tão grade que nem me importei em seguir todas as regras que elas ditavam na maternidade! E meu vinculo com ela não é menor hoje por isso! Claro que seria lindo te-la pegado nos braços logo ao nascer, mas as coisas foram assim e eu não fui menos feliz ou menos mãe por isso!
O que me angustiou de fato, foi a demora em reencontrá-la! Nossa que espera longa! No quarto, minha acompanhante foi a Tia Yvone, mulher de fibra, focada! Me dizia o tempo todo para descansar e dormir, tia impossível! Só de você ficar repetindo aquilo eu ficava mais tensa!Como coçava meu rosto! e Meu corpo tremia! Tudo reflexo da anestesia! estava um calor de verão, pleno janeiro e eu com vários cobertores!
Duas da tarde, foi nesse horário que ela voltou pro meu colo! E nunca mais larguei! A cesárea nem doía! Tudo desapareceu quando ela chegou. Minha vida recomeçou! Quando fomos pra casa, tinha um prazer enorme em lavar as fraldas de pano, servir café para as visitas. Nem ligava pras broncas, e a primeira foi da Tia Mônica, que  disse " Sarah, para, você precisa descansar, a gente lava a fralda pra você, senta aqui".
Ah tias, descansar? Agora é minha vez de ser mãe e curtir todas as alegrias e passar pelos obstáculos dessa maternidade linda! Agradeço o carinho e cuidado, mas repito é minha vez! Tanta coisa se passou e uma nova etapa começa na vida da minha família. Eu e Letícia, nesse pequeno núcleo familiar que construímos somos felizes e nos amamos muito! Agora ela me dá respostas que me deixam muito feliz de ter te educado com tanta verdade! Outro dia conversava com uma amiga sobre o quanto das verdades devemos falar pros nossos filhos, o quanto eles estão prontos para ouvir certas  coisas. Amiga, refleti e cheguei a conclusão que nunca consegui esconder as durezas da vida da minha filha e nem as belezas! Acho que tenho acertado nessa escolha, é isso que fortalece nossa relação, vinculo, elo, conexão, ligação!  E nessa adolescência que começa é só isso que pretendo viu filha! Tenho uito orgulho de ser sua mãe! Sou durona mesmo, só que o mais importante nunca vai faltar viu linda! Que é Amor, Respeito e Confiança! Você é minha melhor amiga viu! Mesmo! Você tá comigo sempre, cuida de mim, me dá carinho, e olha me dá lições! Mudo diariamente por você! Pelas coisas que você diz! Penso em tudo! Porque eu te amo muito! Porque você é a luz que me guia, meu anjo da guarda, minha colega de quarto, parceira de viagens e passeios! Saúde, felicidade e amor!

  

 

 

 

  

   

  


 
 

 

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